quinta-feira, 23 de setembro de 2010


TAEDIVM MORTAE
 Marcelo Primo

Passo por esta vida, tão ausente de sentido,
Que, num piscar de olhos, ei-nos esmorecidos...
Miscelânea manifesta de alegrias e tristezas,
É o mundo, de afirmações e de incertezas...

Sucumbo ao tédio, tédio mortal,
Adentrando-me no Feuerbach existencial...
Fisiologia pura, porém, indescritível,
Vertigem, no mais absurdo nível...

Titubeio nesse real moroso,
Nesse deserto mundano, insosso...
Obrigação de não-sei-o-quê,
De como, ou para quê...

Motivações sempre se esvanecem,
Esperanças frívolas se desaquecem...
Tête-a-tête com o desamparo,
Sem deus sempre sigo, meu caro...

Fastio deveras inevitável,
O que passou já não é mais viável...
Mesmo sem ceder à resignação,
Oscilando entre Sísifo e a ação...

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