quarta-feira, 1 de dezembro de 2010



RIMBAUD



Marcelo Primo

 
Furor poético, furor prático,
Anseio por um mundo não-estático,
Tensão amorosa, tensão familiar,
Entre as armas e o criar,
Típica temporada no inferno,
Onde absolutamente nada é terno.


Em Charleville ou na África,
A inspiração nunca fôra esporádica,
De tiros líricos a tiros passionais,
Agora a métrica se desfaz,
Pois a rebeldia dá o tom,
Arthur, pura impetuosidade e frisson.


Agradeças à Virgem Louca,
Tua criação não é coisa pouca,
Mesmo sendo um raio, um instante,
Tuas obras foram o bastante,
Para implodir o marasmo po(i)ético,
Seja literário, seja estético.


Em Marselha chegaste ao fim,
Mas  foste tu que quiseste assim,
Pobres agora somos nós,
Vítimas da inércia, o pior algoz,
De quem procura o original,
Rimbaud, sempre serás sem igual...

Nenhum comentário:

Postar um comentário