RIMBAUD
Marcelo Primo
Furor
poético, furor prático,
Anseio
por um mundo não-estático,
Tensão
amorosa, tensão familiar,
Entre
as armas e o criar,
Típica
temporada no inferno,
Onde
absolutamente nada é terno.
Em
Charleville ou na África,
A
inspiração nunca fôra esporádica,
De
tiros líricos a tiros passionais,
Agora
a métrica se desfaz,
Pois
a rebeldia dá o tom,
Arthur,
pura impetuosidade e frisson.
Agradeças
à Virgem Louca,
Tua
criação não é coisa pouca,
Mesmo
sendo um raio, um instante,
Tuas
obras foram o bastante,
Para
implodir o marasmo po(i)ético,
Seja
literário, seja estético.
Em
Marselha chegaste ao fim,
Mas foste tu que quiseste assim,
Pobres
agora somos nós,
Vítimas
da inércia, o pior algoz,
De
quem procura o original,
Rimbaud,
sempre serás sem igual...
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