domingo, 1 de maio de 2011


A história do Samba de Aboio/SE.


Há muitos anos atrás, na época do cativeiro, foi vendida aqui no Brasil uma menina roubada de Angola na África, ela se chamava Tamashalim Ecuobancker e foi comprada pelo engenho São João município de Japaratuba.
Tamashalim se casou e teve uma filha que deu o nome de Maria da Soledade, que se casou e teve três filhos, Manoel Francisco da Motta, João Francisco da Motta, e Maria Benedita da Motta; esta neta de Tamashalim que aos dez anos de idade encontrou uma estranha pedra à margem do tanque e saiu correndo para casa dizendo ter encontrado uma boneca, porém sua avó Tamashalim que era nagô e tendo conhecimentos disse-lhe que era Santa Bárbara. Daí passaram a comemorar o festejo de Santa Bárbara aos sábados de aleluia e domingo de ressurreição.
 


A Benedita faleceu mas sua mãe Maria da Soledade continuou festejando por muitos anos até 1947 quando faleceu, ficando os dois filhos Manoel Francisco e João Francisco; Manoel faleceu em 1985, ficando apenas João Francisco que junto com a família, filhos, netos e sobrinhos continuam festejando a festa de Santa Bárbara tocando e catando em louvor a Santa Bárbara e homenageando a Princesa Isabel que dera a libertação dos escravos em 13 de maio de 1888.
 

Hoje temos a frente o Sr. Francisco da Motta, bisneto de Tamashalim. A história de Tamashalim deu origem ao Samba de Aboio que também homenageia a Princesa Isabel por ter libertado os escravos todos os anos aos sábados de aleluia e domingo de ressurreição como festejo de Santa Bárbara, cumprindo-se todo um ritual que se inicia com a decoração do altar e banho da pedra (Sta. Bárbara), depois a matança dos carneiros. Tudo acontece na sede em Aguada município de Carmópolis/Se, onde durante o dia as mulheres preparam as carnes de carneiro para servir a noite quando acontecem as danças regada a muita comida e bolo encerrando às 18:00hs. Quando o sol se põe com cânticos homenageando Santa Bárbara prometendo voltar no ano seguinte com a dança que tem uma particularidade que é a umbigada e o bate coxa com muita alegria agradecendo mais uma vez a Princesa Isabel pela libertação dos escravos.

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