Gian Mello
Veículo:
Jornal do Commercio
Data: 20
de janeiro de 2011
Fonte: http://www.institutomauriciodenassau.com.br/blog/uso-de-droga-admitido-por-15-da-populacao-do-grande-recife/
Pesquisa do Instituto Maurício de
Nassau revela que 15% da população da Região Metropolitana do Recife já usou
algum tipo de droga. Ou seja, cerca de 550 mil dos 3,6 milhões de habitantes do
Grande Recife consumiram substâncias entorpecentes ilícitas. Cinco por cento da
população, o equivalente a 184 mil pessoas, admite ser usuária frequente de
entorpecentes. Apesar disso, 94% dos entrevistados são contra a
descriminalização das drogas.
A pesquisa entrevistou 815
pessoas, nos dias 6 e 7 de janeiro, nos 14 municípios da Região Metropolitana
do Recife. A margem de erro para o levantamento é de 3,5 pontos percentuais e o
nível estimado de confiança no resultado é de 95%.
De acordo com o professor
da Universidade Federal de Pernambuco e coordenador da pesquisa do Instituto
Maurício de Nassau, Adriano Oliveira, o estudo revela alto consumo de droga na
Região Metropolitana do Recife. Para Oliveira, um dos dados mais reveladores é
o de que, mesmo com 12% dos entrevistados admitindo ter experimentado maconha,
esse percentual pode ser maior, já que 58% dizem conhecer usuários frequentes da
erva.
“Muitas vezes a pessoa pode
ter ficado intimidada em admitir para o entrevistador que experimentou ou é
usuário da droga. A partir do momento em que 6 entre 10 entrevistados afirmam
conhecer pessoas que usam drogas, isso nos leva a crer que há um alto consumo
de maconha no Grande Recife”, avaliou o coordenador da pesquisa.
Outro ponto importante
destacado por Adriano Oliveira é a possibilidade de crescimento do percentual
de usuários de crack e cocaína. “Pernambuco vive um momento de incremento da
economia e de mais pessoas tendo melhoria de renda. Isso pode favorecer a
expansão do mercado consumidor de entorpecentes, que ainda está concentrado na
maconha”, concluiu Adriano Oliveira.
O coordenador do estudo
visualizou também a necessidade de uma campanha de esclarecimento em torno da
descriminalização das drogas. “Menos de 25% dos entrevistados sabem que
descriminalizar significa não ser crime consumir drogas”, pontuou Adriano
Oliveira.
A maioria dos entrevistados
faz uma ligação direta entre drogas e violência. Para 62% da população,
traficantes e usuários são culpados pela violência decorrente do comércio
ilegal de entorpecentes. Somente 21% atribuem a culpa exclusivamente aos
criminosos e 5% aos dependentes químicos.
Mesmo com a mudança na lei,
ocorrida em 2006, que passou a não punir com prisão os usuários, 44% dos
entrevistados acham que pessoas flagradas consumindo entorpecentes devem ir
para a cadeia.
A pesquisa anotou no Grande
Recife a existência de seis tipos de drogas mais comuns. Maconha, cocaína,
crack, loló, LSD e oxi. Estes dois últimos mais raros. O LSD é um ácido que tem
a apresentação mais comum de um microponto com menos de um grama e é consumido
por via oral.
Já o oxi é mais um
subproduto da cocaína misturado com substâncias ainda mais danosas do que as
presentes nas pedras de crack. Também é fumado em cachimbos pelos usuários.
Esta é uma notícia interessante.Mostra com uma certa margem estatística o crescimento do uso destas drogas nas grandes cidades.Recife foi tomada como um exemplo, mas isto é comum no país inteiro.É lamentável que um governo que se se diz trabalhar pelo social deixar tais pessoas à margem desses entorpecentes e não os educar quanto ao não-uso de tais drogas.
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